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Toxina botulínica: locais de tratamento estético, eficácia, procedimento, duração

A toxina botulínica tem a eficácia e a segurança bem documentadas como tratamento estético. Ela visa corrigir defeitos específicos comuns com o envelhecimento. O rosto e o pescoço são os principais locais de aplicação.


Na clínica no centro de Pirassununga realizo esse procedimento de rotina, ajudando homens e mulheres a se sentirem mais felizes com sua aparência e autoestima!





Muitos defeitos são mais bem corrigidos com preenchimentos, cirurgia ou laser. O Botox® pode ser uma opção para quem não quiser ou não puder fazê-los ou, ainda, ser feito como um tratamento adjunto. Estética não é sobre “preciso”, é sobre “quero”. Ouvir o paciente sobre o que ele gostaria de melhorar na face e orientá-lo sobre as possibilidades de tratamento é essencial para um cuidado individualizado. Tratar mais que o necessário — ou, ainda, fazer o mesmo tratamento em todos os pacientes, sem considerar seus interesses — não é uma boa prática.



Existem vários locais de aplicação bem estabelecidos. Eles incluem glabela, fronte, canto dos olhos, sobrancelhas, sulco nasolabial, nariz, sorriso gengival, músculo orbicular do olho, masseter, linhas periorais, mento, linhas no pescoço e linhas periorais.

Os procedimentos específicos são mais de interesse dos profissionais. Portanto, não entrarei em detalhes aqui sobre as doses e técnicas de aplicação. Ofereço treinamento para para colegas da área de estética (médicos ou não) aqui em Pirassununga, para os interessados em trabalhar com toxina botulínica.



Compare as sobrancelhas dessas duas mulheres. As da idosa estão caídas, e isso pode ser percebido como indicador de uma expressão triste. É possível tratar as linhas da glabela sem tratar as linhas da fronte. Isso pode levantar as sobrancelhas e devolver uma aparência mais natural.


A fronte (testa) é uma região extremamente importante para a expressão facial e uma das áreas mais comuns de tratamento. É recomendado o uso de doses moderadas da toxina botulínica nessa região para tratar as rugas, de forma que o paciente não perca a capacidade de franzir a testa.


A glabela é essa região entre os olhos. As linhas de expressão nessa região são uma das áreas mais tratadas com a toxina botulínica.


Uma possibilidade de tratamento interessante e não muito conhecida é a ampliação da abertura palpebral. Injetamos uma dose baixa na pálpebra inferior em pacientes bem selecionados. Os resultados são pequenos (frequentemente, menos de 1mm de aumento), podendo, entretanto, ser interessantes.


As linhas do canto lateral do olho, “pés-de-galinha”, são uma das áreas mais tratadas com Botox®. Elas acontecem como consequência da contração do músculo orbicular do olho e são particularmente visíveis quando a pessoa sorri. Um cuidado especial é exercido para não injetar muito próximo do olho e deixar a pálpebra caída (ptose palpebral).



Narinas largas são, muitas vezes, um mero traço étnico e algumas pessoas preferem estreitá-las. Outras têm linhas na parte alta do nariz. A aplicação no músculo nasal pode amenizar essas características. Também é possível aplicar no músculo depressor do septo nasal para elevar levemente a ponta do nariz.


O sulco nasolabial (popularmente, “bigode chinês”) é mais bem tratado com preenchedores. A toxina botulínica pode ser usada em baixa dose para diminuir a aparência da parte superior do sulco em pacientes bem selecionados.



Algumas pessoas mostram a gengiva superior quando sorriem, o que chamamos de sorriso gengival. O tratamento geralmente é feito com cirurgia e/ou aparelho ortodôntico. A injeção de Botox® é uma opção de tratamento para quem não pode ou não quer realizar os tratamentos mais convencionais.


Esta imagem mostra três locais passíveis de tratamento com Botox®. A seta verde aponta para linhas periorais, que são particularmente comuns em fumantes. A linha azul aponta para a linha de marionete, que contribui para a aparência da boca franzida. Repare na superfície do queixo como apontado na linha vermelha. A pele é mais irregular do que na bochecha, por exemplo. Isso é chamado de pele em casca de laranja — “peau d’orange”, em francês. É comum o tratamento desses sinais de envelhecimento em conjunto com preenchedores.


A linha mental pode ser tratada com injeções na linha do mento (queixo).



Algumas pessoas aparentam ter a linha da mandíbula ou as bochechas grandes por hipertrofia do músculo masseter, que é o principal músculo envolvido na mastigação. Isso pode ocorrer como consequência de bruxismo ou hábitos como o de mascar chicletes. Esse músculo grande pode criar um aspecto inestético na face. É possível diminuir o volume dele com Botox®.


Faixas do músculo platisma são frequentemente vistas na direção vertical do pescoço em pessoas idosas. O tratamento dessa região com toxina botulínica é particularmente eficiente.




Como é a aplicação?

É uma série de injeções no músculo a ser tratado. Por exemplo, para tratar os pés-de-galinha podem ser feitas 3 injeções de cada lado. Eu costumo iniciar a consulta em Pirassununga perguntando quais são, exatamente, os defeitos que o paciente quer tratar. O paciente pode ter uma ruga tratável e não se incomodar com ela. Portanto, em cada caso é avaliado o que o paciente quer tratar e as opções de tratamento disponíveis. Fotografias de alta resolução são geralmente feitas antes da aplicação para mostrar ao paciente resultados que ele pode não perceber depois.



Quais são os cuidados após a aplicação?

Alguns especialistas recomendam não deitar e contrair os músculos tratados algumas horas após a aplicação. Teoricamente, essas medidas evitam que a toxina se disperse e promovem a sua captura pelo músculo, respectivamente. Contudo, ainda não existe comprovação de que melhorem o resultado.


A injeção dói?

Dor é uma experiência extremamente subjetiva. Eu uso uma agulha de insulina 31G, que é mais fina que a que vários profissionais usam, e os meus pacientes geralmente toleram bem. A aplicação de gelo ou um anestésico tópico pode ser feita para diminuir o desconforto nos pacientes particularmente sensíveis.


Quanto tempo dura a sessão?

Eu gosto de fazer uma avaliação completa na clínica aqui em Pirassununga, porém sei que os pacientes não gostam de atendimentos demorados. Entre avaliar o paciente, socializar, fotografar o rosto, fazer as injeções e dar as instruções de alta, costumo levar entre 10 e 30 minutos.


Em quanto tempo preciso aplicar novamente?

A recomendação oficial é reaplicar a cada 3 meses, no mínimo. Algumas pessoas têm efeitos mais prolongados por vezes, um ano, e fazem aplicações mais espaçadas. Isso depende da dose aplicada doses maiores duram mais e de características do paciente. Homens geralmente têm músculos maiores e demandam doses mais altas para o mesmo efeito que as mulheres.


Quanto tempo depois vejo os resultados?

Os primeiros resultados podem ser vistos três dias depois. O pico do efeito do Botox® vai ser visto em uma a duas semanas após a aplicação. Portanto, não adianta se olhar no espelho assim que chegar do consultório do profissional e esperar alguma diferença.


Os resultados são garantidos?

A eficácia da toxina botulínica para tratamento de rugas faciais é alta e está bem documentada na literatura.

Como referência, coloco aqui um estudo que documentou redução significativa de rugas na glabela em mais de 80% dos pacientes tratados com toxina botulínica, contra apenas 5% dos que foram tratados com placebo.

Orientar o paciente sobre o que esperar do tratamento é essencial para que ele não se sinta enganado se tiver as expectativas frustradas. A formação de rugas e linhas de expressão é multifatorial e pode estar relacionada à atividade muscular local e ao envelhecimento da pele. O paciente que tende a ter mais resultados com o Botox® é mais jovem (i.e. abaixo de 50 anos), pois presumimos que a formação das rugas acontece mais pela função muscular do que por frouxidão da pele, que é mais notável em idosos. Pessoas mais velhas podem se beneficiar do Botox®, embora seja mais comum precisar de procedimentos adicionais como laser e preenchimento para otimizar os resultados.


É um procedimento seguro?

Definitivamente, sim. Uma revisão sistemática incluiu estudos que somavam 1425 pacientes e nenhum evento adverso grave foi relatado. O único evento adverso que ocorreu nos pacientes tratados foi fraqueza local, que é justamente o mecanismo pelo qual o Botox® funciona.


Quais são as complicações? Faz mal? O que pode dar errado?

Perto da boca, alguns problemas que podem acontecer são um sorriso assimétrico ou uma bochecha flácida. Pacientes que tocam instrumentos musicais de sopro (como flauta) podem perceber alguma dificuldade em usá-los se receberem injeções na musculatura próxima à boca. Se a toxina atingir a região em torno dos olhos, a pálpebra pode ficar caída, o que chamamos de ptose palpebral. Um evento não muito incomum é a elevação da parte lateral das sobrancelhas, como as do Mr. Spock da série Star Trek. Por vezes, um hematoma em torno da boca ou dos olhos se forma quando é feita a injeção nessas regiões. Essas complicações se resolvem quando passa o efeito da toxina e são mais comuns quando há erro na técnica de aplicação (e.g. a injeção foi feita no lugar errado). É possível que a pessoa aparente ter perdido um pouco da expressão facial. Atores, por exemplo, relatam isso quando veem seus vídeos atuando com e sem Botox®. Na minha prática em Pirassununga, nunca vi um desfecho preocupante mesmo depois de centenas de pacientes tratados.


É possível suspeitar que uma pessoa faz Botox® quando tem, por exemplo, seus 60 anos de idade e não tem uma linha de expressão na testa sequer. Raramente, isso vai ser percebido como um problema pelo paciente. É essencial colocar que esses efeitos são sempre temporários e podem ser feitas alterações no tratamento nas aplicações seguintes para minimizá-los. Uma abordagem prudente é colocar menos do que parece ser necessário e reavaliar algumas semanas depois. Uma nova aplicação é feita se o médico e/ou paciente acreditarem que é necessário.

Para outras informações sobre Botox®, incluindo mecanismo de ação, preço, história, marcas, confira outro texto, aqui. Tenho outro texto discutindo as indicações clínicas não-cosméticas, aqui.

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